"Às vezes o primeiro amor não vem na ordem certa. Existem relacionamentos que acontecem na idade madura, possibilitando-nos descobrir pessoas mágicas e inesperadas em cujos braços gostamos de nos refugiar, porque têm cheiro de lar e seus beijos sabor de açúcar e fogo ao mesmo tempo. Porque o amor maduro não compreende idade, é digno, vital e energizante.
Às vezes armazenamos fracassos sentimentais tão desoladores que temos a sensação de que nosso próprio coração, transformado já em pedra, caiu no fundo de um poço.
Quando a gente chega a essa idade em que as décadas já traçaram em nós mais histórias do que poderíamos contar, às vezes vemo-nos como essas frutas maduras ligeiramente amachucadas nos cantos. Porém é preciso lembrar que as frutas maduras têm um sabor muito mais doce e prazeroso do que essas outras muito verdes, firmes e ligeiramente amargas.
Nenhum dos dois membros renuncia ao seu passado, simplesmente são aceites como se aceitam as peles nuas já com algumas cicatrizes, alguma ruga feita pelo tempo nesses rostos e nesses corpos perfeitamente imperfeitos onde, obviamente, também não importam as décadas nem as decepções.
Não importa então que o primeiro amor não tenha chegado na ordem certa. A vida, no fim das contas, tem um toque maravilhosamente caótico, e não temos mais remédio que nos deixar levar enquanto avançamos com sonhos e com o coração sempre aceso, sempre jovem.
Acredite, a mente é mesmo maravilhosa!…